Audiência pública propõe atuação conjunta para reduzir violência em Igarassu

Antônio Assis
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Ministério Público de Pernambuco - MPPE

Fortalecer a articulação entre os órgãos públicos para reduzir os índices de criminalidade em Igarassu. Esse foi o objetivo comum debatido em audiência pública realizada na manhã dessa quarta-feira (10) na sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Estiveram presentes representantes da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e dos poderes Executivo e Legislativo de Igarassu.

Os promotores de Justiça Alexandre Saraiva e Rosemilly Pollyana de Sousa destacaram que chegaram à Comarca de Igarassu no último trimestre de 2017 e que a conversa visava conhecer os integrantes dos vários órgãos que atuam na promoção da segurança pública. “Queremos conhecer a realidade de perto, especialmente das Polícias Civil e Militar, que atuam na ponta. E nosso desejo é não parar por aqui, mas fazer reuniões periódicas, ouvir a população e formalizar a adesão de Igarassu ao projeto Pacto dos municípios pela segurança pública”, afirmou o promotor de Justiça. Os membros do MPPE vão marcar uma data para apresentar o projeto, coordenado pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça, à administração municipal, a fim de conseguir a adesão.

Uma das maiores preocupações apontadas pelos gestores municipais foi a situação do Hospital Municipal de Igarassu, que não conta com policiamento. De acordo com o diretor da unidade, Ceciliano Uchôa, é comum chegarem ao serviço pessoas com ferimentos por armas de fogo e faca. “Às vezes a gente vê um movimento estranho, ouve falar que o autor das agressões foi ao hospital para terminar o serviço. Os funcionários e pacientes se sentem vulneráveis”, alertou.

Como medida para buscar uma solução para esse problema, os presentes encaminharam um ofício conjunto ao comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar solicitando o destacamento de dois policiais para a unidade de saúde no prazo máximo de 15 dias.

Outra deliberação construída na audiência pública foi a criação de um Comitê Municipal de Segurança Pública, com a participação de autoridades públicas e representantes dos bairros de Igarassu. “A violência é um problema de todo o Brasil, e a cidade de Igarassu está inserida nesse contexto. O importante é buscarmos esse diálogo para, ao fim da reunião, sairmos do discurso e agirmos na prática, adotando medidas de prevenção da criminalidade e cobrando a participação das demais esferas de governo, porque sabemos que a PMPE, sozinha, não tem estrutura para atender à população”, destacou a vice-prefeita de Igarassu, Elcione Ramos.

A falta de efetivo policial foi apontada pelo tenente Túlio Campos, representante do 17º BPM, como o principal entrave à intensificação das ações de policiamento. Segundo ele, existem no momento 62 policiais militares destacados para atuar em Igarassu, dos quais cerca de metade atua no policiamento ostensivo. “Já foi definida pelo governo do Estado a subdivisão do 17º BPM, que vai passar a cobrir apenas Paulista e Abreu e Lima, com a criação do 26º, que ficará com a área de Igarassu, Itapissuma, Araçoiaba e Itamaracá. Essa medida, junto com a formação de novos policiais militares, pode trazer um aumento do efetivo”, ressaltou.

Já o secretário de Segurança Cidadã de Igarassu, André Milano, reforçou a preocupação com o fechamento da Delegacia de Polícia no período noturno e fins de semana. Segundo ele, a centralização das ocorrências dos plantões na cidade do Paulista se traduz em menos eficiência no combate à criminalidade. “Seria muito importante ter a delegacia de Igarassu funcionando no final de semana, porque sempre que há uma ocorrência e uma viatura se desloca pra lá, passa o dia todo fora e deixa o município de Igarassu desfalcado”, alertou.

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