Maioria do STF decide encaminhar denúncia contra Temer à Câmara

Antônio Assis
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O julgamento atendeu um pedido da defesa de Temer
Foto: Nelson Jr./SCO/STF

JC Online

Com informações da Agência Brasil

A maioria do Superior Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (20), encaminhar a denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer para a análise da Câmara dos Deputados. O julgamento ainda está em andamento. O placar da votação está em 7 votos a 1 pelo envio, contrariando pedido feito pela defesa do presidente. O julgamento foi encerrado durante a tarde e será retomado na quinta-feira (21). Faltam os votos de Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cármen Lúcia.

O julgamento atendeu um pedido da defesa de Temer. O advogado do presidente, Antônio Claudio Mariz, solicitou a devolução da denúncia à PGR. De acordo com Mariz, as acusações se referem a um período em que Temer não ocupava a presidência. Assim, de acordo com a Constituição, o presidente da República não pode ser alvo de investigação sobre fatos que aconteceram antes de assumir a chefia do governo.
Votos

Durante sua manifestação, Fachin ressaltou que coautores ou pessoas que foram delatadas não podem questionar a legalidade dos acordos de delação premiada. No entendimento do ministro, os citados podem somente questionar provas e depoimentos durante o andamento de processo. O entendimento de Fachin também foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandoski e Dias Toffoli.

Em seu voto, Alexandre de Moraes criticou a postura de Joesley Batista e Ricardo Saud, delatores da J&F, que são acusados de esconderem da Procuradoria-Geral da República provas e gravações que deveriam ser entregues às investigações, conforme acordo de colaboração.

Ao analisar o caso, Roberto Barroso também disse que não é possível interferir na prerrogativa da Câmara dos Deputados e impedir que os deputados possam dar aval para o Supremo analisar o mérito das acusações. "Neste momento a palavra está com a Câmara dos Deputados. Saber se há ou não interesse público, se há ou não interesse do país em saber se esses fatos verdadeiramente aconteceram para que se possa absolver os inocentes e, eventualmente, condenar os culpados, se houver", disse Barroso.

Faltam os votos dos ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e da presidente, Cármen Lúcia.
Divergência

O ministro Gilmar Mendes divergiu da maioria e entendeu que a denúncia contra o presidente Temer deveria ser devolvida à PGR. Segundo o ministro, as acusações constantes na denúncia se referem a fatos que teriam ocorrido no período em que o presidente não estava no cargo.

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