Investigadas por vender comida podre em PE são proibidas de participar de licitações

Antônio Assis
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Izaías Novaes (delegado do DECASP) fala sobre a Operação Comunheiro II

Foto: Ed Machado
Folha de Pernambuco

Uma empresa que fornecia carne com prazo de validade vencido a hospitais e escolas públicas de Pernambuco é o alvo principal da Operação Comunheiro II, deflagrada na última sexta-feira (21) pela Polícia Civil de Pernambuco. Ao todo, nove companhias que atuam nos ramos alimentícios, de material de escritório e de prestação de serviços são investigadas por lavagem de dinheiro e crimes licitatórios. Em coletiva de imprensa, os investigadores informaram que teve Medida Cautelar aceita pela Justiça proibindo as nove empresas de contratar com o Poder Público. 

O delegado Izaias Novares alertou para a existência de vinte caixas de carne estragada fornecidas pela WJR Comercial e que podem estar em qualquer lugar e pediu atenção a gestores públicos para que verifiquem todo o material recebido. 

Além dela, também estão envolvidas no esquema a Comercial Ribeiro e Santos; Onix Comércio e Representações; F. Araújo Distribuidora; Comercial Américo - Produtos Alimentícios, Higiene e Variedades; Martins e Andrade; WJR Comercial; Neomax Comércio e Serviços LTDA.; Mega Fácil Empreendimentos LTDA; Nutrinor; Pride Comércio e Papelaria e Embalagens. 

Segundo a Polícia Civil, além de fornecer carne com prazo de validade vencido a hospitais e escolas públicas de todo o Estado, "do litoral ao Sertão", as empresas funcionavam tipo "guarda-chuva", atendendo a todo tipo de serviço. 

Sete presos
A Operação Comunheiro II culminou na prisão de sete pessoas. Foram expedidos oito mandados de prisão preventiva ou temporária. Desses, sete foram cumpridos. Também foram realizados 26 mandados de busca e apreensão domiciliar e outros 12 de condução coercitiva. 

Entre os alvos para prisão temporária e buscas domiciliares estão Antônio Carlos Barreto, mais conhecido por Tota Barreto; Danilo Ribeiro dos Santos Ribas; Reinaldo Felix Campos Uchoa Cavalcanti, ou "Macarrão"; Reginaldo de Almeida Barros Junior (Regis); José Florêncio da Silva, ou "Pelé"; Vital José Moreira Neto; Itamar Carlos da Silva; Bruno Santa Rosa; e Marcos Bacelar de Andrade, o Marquinhos. Todos eles são investigados por crime licitatório, lavagem de dinheiro e organização criminosa. 

O "Regis" e José Florêncio da Silva são da WJR, que tem contratos de R$ 38 milhões e é a empresa responsável pelo fornecimento de 20 caixas de carne podre. A empresa é de São Lourenço da Mata.

Danilo Ribeiro dos Santos Ribas está foragido. Ele é sócio da Onix e colocou os pais idosos como sócios da empresa sem que eles soubessem.

Também estão envolvidas no esquema três ex-servidoras da Comissão de Licitação da Câmara de Carpina, na Zona da Mata. São elas: Rúbia Correia de Souza, Karina Alves de Lima e Teresa Cristina Cavalcanti de Arruda. Elas também estão sendo investigadas por crime licitatório, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Rúbia, de acordo com a Polícia Civil, é pessoa de confiança de Tota Barreto e já foi presa.

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