O DESAFIO DA SUDENE

Antônio Assis
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Bruna Siqueira Campos
Diário de Pernambuco

Recriada em 2007 pelo então presidente Lula, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) está longe de desempenhar o papel estratégico que teve nos tempos áureos do economista Celso Furtado, quando era peça-chave do planejamento e do fomento à economia regional. Desarticulada, a superintendência perdeu força quando a missão era aumentar a participação do Nordeste no PIB brasileiro.

O futuro próximo também não é promissor: num ano em que firmar operações de crédito virou “artigo de luxo” para governos e empresas, não será fácil para o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT), empossado ontem como novo superintendente da autarquia, imprimir ritmo aos investimentos. Isto é, fazer com que os mais de R$ 2 bilhões previstos para o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) neste ano cheguem, efetivamente, ao setor produtivo.

Afinal, qual o desafio da Sudene numa região que abocanha uma parte ínfima do que sai do BNDES, principal banco de fomento do país? Para se ter uma ideia, a região precisa crescer 2,2% acima do Brasil para que, em 20 anos, a renda per capita no Nordeste seja elevada a 75% do patamar nacional, segundo estimou recentemente um diretor da superintendência.

É muito tempo e esforço, sobretudo em um período de retração da economia. De acordo com João Paulo, sua tarefa número um será ouvir os governadores e conhecer as demandas mais urgentes para aplicação do FDNE e também do FNE, que é operado pelo Banco do Nordeste. Mas daí a fazer o dinheiro pingar na economia serão “outros quinhentos”.

Foto: Paulo Paiva/DP/D.A. Press

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